Unificação Da Alemanha



Unificação da Alemanha

Unificação Alemã foi um processo iniciado em meados do século XIX e finalizado em 1871, para a integração e posterior unificação de diversos estados germânicos em apenas um: a Alemanha. O processo foi liderado pelo primeiro-ministro prussiano Otto Von Bismarck,


Antecedentes

Em meados do século XIX, após a separação territorial no Congresso de Viena, o espaço territorial germânico era constituído por 39 Estados diferentes reinos, ducados e cidades livres, que apenas tinham em comum a mesma raiz lingüística (o alemão) e a mesma base cultural. Nele, a hegemonia política era disputada pelas suas duas principais potências: a Áustria dos Habsburgos, que dominava a Dieta (o Parlamento da Confederação Germânica) e a Prússia, governada pelos Hohenzollern. No plano econômico, o território germânico ainda vivia, em linhas gerais, numa estrutura feudal, em plena Idade Contemporânea; a exceção era a Prússia, mais industrializada, com maior poder econômico, que desde 1834 implantara o "Zollverein", uma aliança aduaneira entre os Estados da Liga Alemã Desde o início do século XIX que o desejo da unidade nacional podia ser notado, principalmente nos meios acadêmicos e literários. Como exemplo, Frei herr Von Stein, na Prússia tentou implantar um programa político inspirado nessa pretensão, porém acabou sendo afastado em 1808. Após isso a Áustria reimplantou sua influência, e o nacionalismo alemão ficou inoperante até 1848, quando ocorreram diversas revoluções por toda a Europa, a chamada "Primavera dos Povos".

A Revolução de 1848 nos Estados Alemães



Revolta de 19 de Março de 1848 em Berlim. A partir do movimento de Fevereiro de 1848, na França, que conduziu à abdicação de Luís Filipe I de França, nos meses seguintes diversos Estados alemães também se revoltaram, registrando-se manifestações populares e um movimento a favor de um parlamento nacional eleito pelo povo, que elaborasse uma nova constituição para uma Alemanha unificada. No Império Austríaco, constituído pela Áustria e pelos reinos da Hungria, da Boemia, Lombardo-Vêneto e da Galiza (sul da atual Polónia), registravam-se tendências separatistas entre as diversas minorias étnicas, que haviam sido arbitrariamente reunidas sob a Coroa Austríaca pelo Congresso de Viena que ocorre 1815 . Submetidas a um regime político absolutista, personificado pelo primeiro-ministro Von Metternich, a Áustria-Hungria era uma região economicamente atrasada, onde no campo persistiam os laços de servidão, e nos centros urbanos, uma alta burguesia pouco numerosa controlava as atividades econômicas, sujeitando a pequena burguesia, os artesãos e os operários. Em Março de 1848, assim que as notícias do levante de Fevereiro em Paris tornaram-se conhecidas em Viena, a burguesia liberal uniu-se à pequena burguesia e ao operariado, promovendo manifestações de rua para reivindicar a ampliação do direito de voto e a destituição de Metternich. Diante da radicalização do movimento, Metternich fugiu para a Inglaterra e o imperador Fernando I outorgou uma Constituição, com a qual esperava esvaziar a revolta. Entretanto, um novo levante em Maio obrigou-o a convocar uma Assembléia Nacional, eleita por sufrágio universal masculino. Poucos dias após a insurreição em Viena, burgueses e operários de Berlim ergueram barricadas nas ruas, entrando em choque com as tropas do rei Frederico Guilherme IV da Prússia, que também foi obrigado a autorizar a convocação de uma Assembléia Constituinte. Ao mesmo tempo, ainda em Maio de 1848, uma Assembléia composta por deputados eleitos por todo o território germânico - o Deutscher Bund - se reuniu em Frankfurt am Main para a elaboração da nova constituição alemã. Nela, distinguiam-se dois grupos de deputados: os Grossdeutsche e os Kleindeutsche. Os deputados do primeiro grupo defendiam uma Alemanha incluindo a Áustria, estendendo-se do mar Báltico, ao norte, até ao Adriático, ao sul. Já o segundo grupo defendia uma Alemanha sob liderança dos prussianos, excluindo assim a Áustria. A solução encontrada para o impasse foi a de um Estado governado pelos Hohenzollern. A Coroa da nova Alemanha foi oferecida ao rei da Prússia, Frederico Guilherme IV, que a recusou e também não aceitou a Constituição de Frankfurt. Esta atitude foi repetida pelo governo da Áustria e dos outros Estados alemães. O povo alemão, embora quisesse ver a nova Constituição aprovada, não estava totalmente satisfeito com ela, pois o poder ainda continuaria na mão dos antigos líderes. Deste modo, a revolução ficou enfraquecida, a Assembleia foi dissolvida e a restauração conservadora se completou, acabando, por algum tempo, com o sonho de uma Alemanha unificada. Em Viena, constatando que não conseguia mais controlar o povo, a burguesia voltou atrás em seu apoio à revolução, optando por sujeitar-se a um governo fortemente centralizado a colocar em risco a sua posição econômica. Com a união da burguesia à aristocracia, o exército retomou a cidade, conseguindo sufocar a rebelião em Outubro. O novo primeiro-ministro, Schwarzenberg, dissolveu a Assembleia Constituinte, forçando o imperador Fernando I a abdicar em favor de seu sobrinho Francisco José, que restaurou o Absolutismo. Nas demais regiões do Império, as minorias nacionais, encorajadas pelos levantes de Viena e Berlim, mobilizaram-se pela independência. Na Boemia (atual República Checa), em Abril de 1848, foi convocado um Parlamento independente como primeiro passo para a formação de uma Assembleia Constituinte. Na Hungria, o advogado Lajos Kossuth, líder do movimento autonomista, proclamou a República, em Abril de 1849. Mas todas essas rebeliões foram sufocadas pelo exército austríaco que, no caso da Hungria, recorreu à ajuda das tropas do czar Nicolau I da Rússia. As Revoluções de 1848 na região, mesmo sem sucesso, permitiram mostrar o caminho a ser seguido: um processo de unificação liderado pela Prússia, mas não pelos meios revolucionários, e sim pela Casa dos Hohenzollern. Alemã: a Prússia de Bismarck Otto Von Bismarck o "Chanceler de Ferro" (1815-1898), responsável pela unificação do território alemão. E essa revolução foi uma vala pra geral,geral ficou escoltada e com um pezinho atraz pra não dar cao. O fracasso da Revolução de 1848, de intuitos unificadores, implicou a continuidade da fragmentação da Alemanha.

A Guerra dos Ducados (1864)

Em 1864 a Prússia juntou-se à Áustria em uma guerra contra a Dinamarca pelo domínio dos ducados de Schleswig e Holstein. O confronto ficou conhecido como Guerra dos Ducados' e ao seu final, Prússia e Áustria, vitoriosas, dividiram a administração dos ducados através da Convenção de Gastein, em 1865. A Áustria, porém, tentou implantar uma política única ao condado de Holstein, privando assim a Prússia de direitos assegurados em outros acordos. Restou a Bismarck entrar em guerra contra a Áustria em 1866.

A Guerra Austro-Prussiana (1866)

Em 1866, a Prússia, com o auxilio da Itália,[1] também sob processo de unificação nacional, entrou em Guerra contra a Áustria. A vitória prussiana veio após a Batalha de Königgrätz, em Sadowa (3 de Julho de 1866). No dia 23 de Agosto de 1866, foi firmado o acordo de paz em Praga. Com a vitória a Prússia expulsou a Áustria da Alemanha.

No ano seguinte, Bismarck dividiu a Confederação em dois grupos de Estados; a Confederação do Norte e a do Sul, tendo como limite o rio Main. A Confederação da Alemanha do Norte, logicamente, ficou sob seu controle, com os países (principados e cidades livres), luteranos, que a apoiaram na Guerra Austro-Prussiana. Os quatro Estados que formavam a Confederação do Sul, majoritariamente católicos, não conseguiram se consolidar em uma unidade. Estes Estados viriam a negociar um pacto com a Confederação da Alemanha do Norte, segundo o qual, em caso de guerra com a França, o rei da Prússia tornar-se-ia general dos exércitos germânicos. A Confederação do Norte é a antecessora do Império Alemão, que precisava de muito pouco para se concretizar: a guerra contra a França.

A Guerra Franco-Prussiana (1870-1871)

Apesar de a Áustria ter sido derrotada pela Prússia, o sul da Alemanha era constituído por democratas e aspiravam a uma Alemanha liberal, se opondo à união com a Prússia de Bismarck, que era um Estado militarista. Visando eliminar este entrave à unificação do norte com o sul, Bismarck necessitava de um inimigo comum que uniria, e possibilitaria a futura unificação; e este inimigo mais adiante seria a França de Napoleão III. Desde os tempos das guerras napoleônicas (de Napoleão I, derrotado em 18 de junho de 1815), os prussianos não simpatizavam com a França, e os professores prussianos repassavam este sentimento aos seus alunos em relação à nação francesa. Daí, Bismarck afirmar que foi o mestre-escola quem ganhou a guerra da prussiana, logo após a derrota da França na guerra contra a Prússia

Pretexto da Guerra Franco-Prussiana (1870-1871)

A Espanha, que estava sem rei desde 1868, ofereceu através de seu parlamento a Coroa ao príncipe Leopoldo de Hohenzollern-Sigmaringen, parente afastado do rei da Prússia . Tal fato era inaceitável pela Europa anti-prussiana que contava também com a França. O ministro do exército francês proferiu um discurso indignado e belicoso contra a Prússia, o que gerou sentimentos anti-franceses no sul da Alemanha. Bismarck aproveitou-se da ideia de guerra entre os dois países, pois estava interessado em territórios franceses e sabia que conseguiria apoio no sul da Alemanha, o que seria decisivo para seus planos de unificação alemã.





Um comentário: